sábado, 25 de setembro de 2010

Cultura, esporte e cooperação

Uma reflexão sobre alguns dos espaços temáticos do II Fórum Inaciano de Jovens


Equipe do Espaço de Esportes em atividade durante o Fóum.

Nós, seres humanos, não somos seres isolados. Ao contrário de muitos animais que, de certo modo, nascem acabados, os homens passam longos anos após seu nascimento dependendo do cuidado do outro para poder garantir a sua sobrevivência. Acaba sendo o mais frágil de todos. E isso nos faz seres em construção, e não prontos. E essa construção se dá em um determinado meio cultural. A relação que existe entre os homens é o que faz a conexão entre a cultura, o esporte e os jogos cooperativos, oficinas que integram nosso fórum inaciano.

No primeiro grupo que visitamos, cujo tema era a cultura, pudemos perceber um pouco das questões que eram tratadas durante o colóquio. Os participantes falavam sobre a diversidade cultural, e para tanto, cada um contava um pouco sobre a cultura de onde veio. Também apresentaram suas experiências culturais de acordo com as dúvidas dos colegas. Algumas coisas eram parecidas e outras muito “estranhas” de cultura para cultura de cada um. Mas a questão do respeito e compreensão estavam sempre presente nas falas dos participantes.

Caminhando um pouco mais, pudemos encontrar o grupo que praticava esportes. Mas o que parecia apenas um jogo comum, na verdade era um trabalho feito para que os diversos esportes pudessem ser praticados em lugares onde não se tem a infra-estrutura necessária. Trata-se de levar às periferias a oportunidade de praticar um esporte com aquilo que se tem. E junto a isso, havia também uma novidade: os próprios jogadores criavam as regras de acordo com o consenso do grupo. Isso lhes ensinava, entre outras coisas, o respeito para com o outro, uma vez que muitos dos que optaram pelo esporte tinham como justificativa a necessidade de cooperação.

E por fim, encontramos os participantes dos chamados Jogos Cooperativos. Esses jogos, segundo o que nos foi falado, têm como objetivo ensinar a cada um a importância de se observar o outro durante o jogo, possibilitando a ajuda mútua e com isso podendo chegar a uma organização feita em grupo. Essa atividade funcionaria como um forte instrumento para quem deseja um trabalho em rede, onde todos estão comprometidos um com os outros.



A diversidade cultural, os esportes e os jogos cooperativos falam necessariamente do saber viver em grupo. Como disse Aristóteles em seu livro “A Politica”, antes de tudo é próprio do homem viver em sociedade. E as três oficinas citadas acima fazem parte de um processo que visa tornar o homem cada vez mais humano, e para isso se é preciso saber respeitar as diferenças, ser capaz de se organizar em grupo com criatividade e sempre em cooperação mútua. Só assim é possível fazer a travessia.

Por Paulo Henrique Laurêncio (Membro do GAVI - Grupo de Acompanhamento Vocacional Inaciano de Belo Horizonte, MG)

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